Wednesday, August 18, 2010

trutas

a margem deste rio é sedosa
bem como o seu fundo é arenoso
aquilo que eu em ti toco parece que não é
aquilo que eu ti vejo deixa-me cansado

a marca tá presente, de uma vontade
da tua presença
permanente

o que eu caio se te vejo e não és minha
o que eu quero, o que eu não tenho, ansiedade
vou nadar, ao largo da margem, talvez te encontre
vou mergulhar até essa cama fluvial, talvez te toque

e fecho os olhos e não os quero abrir
e depois chamas-me
e depois contas-me
agora retrais
agora negas

não há amor, nem sequer despeito
não há ouro, não há plenitude
em vez o sol vejo-o de frente e sou contente
em vez esta água, ela envolve-me, sou um crente

de que tudo pode ficar bem,
de que tudo pode ficar bem
agora fecho-me, agora caio
adormeço, não estou mais na margem, não estou mais no fundo
agora boio, agora flutuo
plena, permanentemente de este mundo

para o outro

2 comments:

cd said...

És uma truta que não me responde às mensagens.

o autor said...

e eu n sei quem es