Friday, August 13, 2010

o derrame do meu antigo amor

do erro que se fez obrigado
da demência que se torna em torno deste fado
Ele que não canta o belo, mas o desencanto e o desordeiro
ele que não se arrepende, que não se prende

são como escritos incomparáveis,
como nobre, como rascos
de bom augurio, como nefastos
deixa-se o testamento
resta um típico agravamento pois nada fica para filhos
nada resta para família, nem se quer para amigos
tudo cai em cacos, as confianças feitas em pedaços

desejariam-no morto, mas depois o que se colheu não foi feliz
nem tão pouco a saudade
em vez restou uma maior vontade de nem se quer celebrar um funeral
simplesmente restava, a que não sabiam, a verdade

Quando encontrou o barco, entrou nele. Não sabia nadar, não conhecia estas marés, estes caminhos e o nevoeiro caía que nem a cinza de um incêndio de agosto. Entrou e remou, haviam duas longas extensões de timbre aos braços e simplesmente foi. A ilha tinha lá a sua família aut|entica, a que o havia visto nascer e com quem tinha crescido. Enterrados no topo da colina, os pais, o irmão. Todos estes outros eram facínoras, eram pegajosas e desnonradas pessoas que queriam saquea-lo. Deixou tudo para a empregada dos pais, aquela que o havia educado e tomado conta deles até á sua última respiração. Morreu ele no regresso da ilha, morreu ela quando soube da notícia. Mas tinha um filho, um rapazinho muito simpático, já com uma família de pessoas estimadas.



Tenho saudades de ser querido, sinto falta de ter alguma importância. Bem sei que na verdade nunca a tive, mas era-me iludida essa condição de forma tão impecavel que chegava a ser feliz.

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