Sunday, March 7, 2010

O sal (também aqui, ou ali)

Nunca me tirararam o sal da mão á mesa. Sempre me pediram, e eu que dizia só querer mesmo deixar de acreditar naquela parva superstição. De nada adiantou. Não aceitavam. 7 FILHOS QUE TENHO e tive, criei. Bem demais, tanto que contei esta regra de á mesa o sal ter de passar pela própria e quando munido de sete mentes que me rodeavam mais a mãe desta audaz ninhada evitando que me enganasse no meu próprio ensinamento. Deixei de crer em parvoíces, o problema é que as tolerava e alimentava. Mas quando o mais novo dos putos fez 7, e os outros os seus 9, 10, 11, 11, 12 e 13 deu-me para tentar uma coisa: engana-los pa me darem o sal. Pa ver o que acontecia.

Mas não se deixavam enganar os tramados!
Então entrei um dia de rompante na nossa sala de jantar improvisada e perguntei qual era a melhor ideia para “exorcizar” esse mau presságio do sal, mas eles nunca foram estúpidos. Até o Zé, a tal criança de sete anos: - Olhem, este totobola acha que nos enfia o barrete!

Um puto de sete, e foi esta a soma de risos, a mãe só sorria. A ninhada é dela olha! É por isso que são tão espertos os crianços, e eu aqui que só quero deixar de me assustar com palermas gatos pretos e escadotes por cima da minha cabeça. Queria acabar com essa mera. Mas o Guilherme, o segundo a nascer, esse gosta muito de mim. Alinha, á mesa. Todos a ver(já o Zé tem 20n e eu quase a cair de morto), ninguém queria acreditar, houve um ou dois que até tentou impedir, saltou pa cima do gui, ele a passar-me o saleiro. Nem cheguei a ver.