Uma agradável história vos quero recontar, de quando este singelo marujo se fez a alto mar.
Descaiu num trambolhão de desventuras e fábulas tais, que ocorrências destas episódicas terão certamente de se inscrever na história, nos anais.
A fragata era pesada e construi-la, tarefa danada. Por certo escolhi o assalto á mão armada de uma de um vizinho, corrijo, da sua namorada.
A moçoila do vizinho era marinheira e safardona, mas este vosso fez tremer esta implacável bardajona.
Sabia de meu anseio de me pôr a navegar e certamente que com uma dose de vontade não teria de o adiar.
Então quando soube da riqueza de doca vizinha, pus-me a averiguar que mal faria eu, para ela se tornar minha, e o conto poder ser seu.
Digno ouvinte, bárbaras rimas minhas, não sou senão um pedinte, com conjuras e especulações espalhadas por estas linhas.
O bom português e a história que quis ditar, tenho de conseguir fazer com que á costa possa voltar.
E então á costa deu a pretensão de narrar um assalto, um que serviu como meio para o fim de ir para mar alto.
Gritei durante dias de ofertas, tentativas vãs, até melhor assim ficou, pois as minhas finanças eram sãs.
Ao ponto de serem poucas, minhas em meus bolsos nunca loucas, ao ponto de escapulir, apenas para uma fragata ver partir.
Pegou este vosso marujo numa lança, espadas escassas e jogou-a contra o leme, afirmou que ia para Goa.
A pecaminosa e culpada do vizinho ser namorada, tirou os pés para a doca e o barco ficou meu.
Necessidade não tive, de tornar este feito valeroso, através de maior grandeza, eloquência e destreza. Pois roubar isso não ouso, cantar como algo jocoso.
As velas ergueram-se potentes e portentosas contra o vento, o combustível deste veículo de tempos áureos. A tripulação teve fé na minha bravura e instinto pois anunciei logo á partida: “Será perigoso, não minto!”
Era o Zé, o Henrique, o Tobias e o Matteo. O Joel e um inteiro gineceu. Todas ao dispor do sedutor carniceiro, assim apelidado pois que mestre em seu manejo.
Eram todas de um género, uma aparência diferente. O Zé queria que fossem também sua gente.
Disse o Henrique ao Tobias que Zé enlouquecia, o Matteo sentir-se intimidado pelo Joel ele não temia.
Desembarcámos todos numa ilha a leste do paraíso, aqui neste local mais se arrancaria um teimoso siso.
O Matteo, de dentes arreganhados ás moças do Joel, eu como capitão sem desrespeito seria mel.
No entanto sucedeu, neste referido gineceu. Que a atenção para o Tobias se virou e apenas o Henrique sobrou.
Nesta história de variedades, nesta confusão de ordem tal, que me esqueço se poderia impor-vos algo mais banal.
Como disse, e o siso custa arrancar, esta ilha onde fatidicamente fomos parar, nada seria de esperar mais que meros canibais.
Pequeninos e troncudos, ágeis e safardões, saltaram e levaram meus bem amados quinhões.
De uma aventura mirabolante, á qual tiro o tal turbante, para assinalar o quão dramático, ultrajante. Não ter por ela passado, por não a ter narrado, por estarem vós perdidos á procura de sentidos.
Ofereço, escolho eu em vez, terminar abruptamente e espero magnificamente não conservar qualquer pequenez.
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